terça-feira, 29 de dezembro de 2009

A Luzeiro lança Viagem com o Pavão Misterioso, de Marcos Linhares.

O ano da Luzeiro fecha-se com o lançamento de Viagem com o Pavão Misterioso, de Marcos Linhares. Ilustrado por Cícero Soares o livro tem como inspiração o clássico Romance do Pavão Misterioso, de José Camelo. Marcos Linhares, desde que ouviu sua mãe declamar as primeiras quadrinhas, apaixounou-se pela poesia. Depois encantou-se com a literatura de cordel. Apesar de ter outros títulos publicados, diz sentir-se estreando agora com esse cordel. O ilustrador Cícero Soares cria, há mais de 20 anos, personagens para crianças, com cores e palavras. Pernambucano, desde cedo apaixonou-se pelo cordel e pela arte vinda do povo.

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Para adquirir este e outros grandes títulos, entre em contato com a Editora Luzeiro. Fone: (11) 5585 1800 (11) 5585 1800 E-mail: vendas@editoraluzeiro.com.br

sábado, 26 de dezembro de 2009

Fogo nas ruas. Onde esta a fiscalização pública?

No centro de Sampa, na rua 24 de maio, quase na entrada da galeria do Rock, essa senhora, já idosa, armazena montanhas de papelão para reciclagem. Nunca foi incomodada pela fiscalização pública. Todas as propagandas em prédios, outdoors, estabelecimentos comerciais, foram proibidos em nome da poluição visual, mas, como entender certas coisas que acontecem, bem no centro da cidade, colocando em risco até as vidas das pessoas?
Numa semana eu fotografei a primeira foto, com o lixo acumulado nas portas de uma loja.
Na semana seguinte, eu fotografei essa outra foto, no exato momento em que a prefeitura lavava as portas de aço da loja, as quais estavam queimadas, em consequência de um incêncio. Poderia ter sido de grandes proporções, mas felizmente, o estrago deve ter sido, somente das portas e faxadas do estabelecimento. Vejam que na foto anterior as portas eram azuis e agora estão pretas queimadas. Apareceram os garis para a limpeza, mas a fiscalização.... Com jatos de água, tentavam limpar as portas. E a velhinha continua acumulando e armazenando os papelões, não mais junto as portas, mas, bem no meio da rua.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Conheça a história de vó Braulice Runco

Braulice Runco foi criada sem mãe, e desde cedo aprendeu a ser caridosa, a ter um coração maior do que a própria podia imaginar. Hoje, além de todo o trabalho que faz, ela cuida da mãe, que tem 101 anos, e do marido, que após um derrame, precisou ter cuidados especiais somente dela, durante todo o dia. "Podem ter mil pessoas com ele no quarto, mas se eu não estiver, ele diz que está sozinho. Não posso largá-lo nunca, é o meu amor", diz ela.
O mais curioso foi como os dois se conheceram. Dentro de um ônibus, ela encontrou o homem que hoje é seu marido. "A gente se conheceu no ônibus e ele falou que queria casar comigo. Na hora eu pensei que ele iria ser a pessoa que eu ia cuidar durante a vida inteira". O companheiro de Braulice é primo do famoso médico do time do Flamengo e da seleção brasileira de futebol, José Luís Runco.
Ônibus, que por sinal, tem uma ligação muito forte à Dona Braulice. Foi assim que ela conheceu o 'Pantanal', também ao fazer um gesto que poucos fariam nesse mundo quase escuro. "Tinha uma criança dentro do ônibus fazendo carinho na avó. Eu achei lindo, conversei com elas, e a garotinha me pediu um brinquedo. Eu perguntei onde as duas moravam, e responderam que era num lugar chamado Pantanal, no Rio das Pedras. Certo dia, então, resolvi ir até esse lugar procurá-las para dar o brinquedo de presente. Cheguei e fiquei chocada ao ver tudo. Eu tinha que fazer alguma coisa", comenta ela, com uma voz muito calma, e levando com bastante humor as falhas de sua memória, tão cheia de histórias para contar.
'Como começou, Dona Braulice?', lhe perguntei. "Desde criança gostava de ajudar os outros. Meu primeiro salário dei a um tuberculoso. Ele precisava de ajuda, e eu tinha aquele salário. Foi todo para ele", é a resposta dela, causando admiração às pessoas que estão ao lado escutando a entrevista.
Além de cestas básicas, Braulice já doou 50 casas. Exatamente. Com seu dinheiro, construiu 50 moradias e as deu a quem não tinha um teto, um lugar para dormir. Ela também já fez serviços sociais no Sergipe e no interior da Bahia. "Tenho outros projetos, mas o que participo diretamente, hoje, é este". Para ela, tudo se constrói com amor e a ajuda de Deus. "O amor não se pede. Você dá amor e o recebe de volta. Deus nos dá essa luz, que nós não podemos deixar parar de brilhar!". Depois da entrevista, é hora de distribuir os alimentos.
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Extraido do site: http://www.sidneyrezende.com/noticia/37490 - com o propósito de propagar essa manifestação de amor e solidariedade da Braulice. O mundo esta precisando de muitas Braulices.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Luiz Wilson - cantor, composistor, cordelista ...

Sua carreira profissional teve início em 1986 com a gravação de um compacto duplo, seguido de mais dois discos em vinil (Parente Acomodado de 1988 e Sinal Vermelho de 1990), sendo o último um LP que teve arranjos de Oswaldinho do Acordeon.
Concretizando o sonho que trouxe de sua terra natal, Sertânia, Pernambuco, de gravar sua música, Luiz Wilson insistiu no seu objetivo e em 1994 se apresenta em diversos espaços culturais com O show de Nossa Gente, sob a produção de Passos Camargos.
Em 1996 define-se divulgador e intérprete do forró ao pé-da-letra e lança o CD Em defesa do Nordeste, com arranjos de D'Carlo e César do Acordeon. Já em 1999, é lançado pela gravadora Chororó de São Paulo o CD Direitos Iguais, no qual contou com a participação da cantora Anastácia na faixa Em defesa do forró, de autoria própria.
Atualmente dedica-se à divulgação do CD As melhores de Luiz Wilson, seu sexto trabalho que foi re-lançado pela gravadora e distribuidora Escalamares de Caruaru, Pernambuco. O CD foi regravado e remasterizado em São Paulo, sob a produção do maestro Rogério Gauchiolli.
Além de cantor e compositor, Luiz Wilson é gerente de vendas e poeta. Costuma apresentar nos seus shows paródias e rimas inclusive com público presente e também já trabalhou como locutor em programas de rádio. Nos shows, além de repertório próprio, interpreta sucessos antigos e atuais e nomes consagrados da nossa música.

Contato:
E-mail:
luiz.wilson@uol.com.br / silcs@uol.com.br
Telefones: (11) 279-7301 / 9329-2513

domingo, 13 de dezembro de 2009

Lançamento de livro em Cordel - Josué

Lançamento
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Lançado pela Editora Luzeiro,
O meu primeiro livreto de Cordel :
"O Coronel Avarento ou
O homem que a terra recusou".
Tema: Tragédia no cenário do sertão nordestino.
Estrófes: 152 (septilhas( em versos de sete sílabas.

Obs: Adaptação de um dos meus contos em prosa, ja lançado pela Editora Caravansarai do Rio de Janeiro, no livro:
"Apagando as Pegadas" Contos e Crônicas.

Após lançar um romance de 186 páginas e um livro de contos, cedi aos apelos da infância e escrevi o meu primeiro cordel.
Minha avó, foi quem me contou as histórias de cordeis, quando eu ainda tinha 6 anos de idade. Descobri, bem ali, uma asa para voar e me deliciar em outros cenários, longe daquela vida de bóia-fria, nas terras do oeste de São Paulo, no Pontal do Paranapanema. Aquelas histórias contadas pela minha avó, podem ter me salvo do tédio daquela vida, que eu nunca havia escolhido.
Onde adquirir o livreto de Cordel:
Na Editora:
Editora Luzeiro : Rua Dr. Nogueira Martins, 538 - Saude - Cep: 04143-020 São Paulo-SP
Fone: (11)5585-1800 / 5589-4342 - http://www.editoraluzeiro.com.br/ - e-mail.: vendas@editoraluzeiro.com.br
ou
no Sebo Paulistano a Rua Cel. Xavier de Toledo, 200 - Centro - São Paulo - CEP 01048-000 - Fone: (11)3214-5132 com Dona Rose ou Jaime

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Minhas origens em versos de cordel
Eu, por mim, mesmo...
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O meu nome é Josué.
Sou filho de nordestino,
Escrever é o meu prazer.
Foi assim desde menino.
Minha avó sempre dizia:
Se tu amas a poesia,
Trovador é o seu destino.

O meu pai era baiano,
E se chamava José,
Apesar da vida dura,
Ele sempre teve fé.
Foi então que de repente,
Numa tarde de sol quente,
Se largou na estrada a pé.

Da Bahia prá São Paulo,
Lá pras bandas do oeste.
Terras boas pra lavoura,
Igualzinho as do nordeste!
Só que a chuva, lá não tarda,
E a colheita é sempre farta,
Nessa região agreste.

Mas, pra enfrentar a vida:
Um é fraco, dois é forte –
Já dizia o meu pai,
Que depois voltou ao norte,
Para sua terra querida,
E o amor da sua vida,
Encontrou com muita sorte.

Minha mãe de cor branquinha,
O meu pai era mulato,
Meu avo desconfiado,
Rude e sem muito trato,
Era contra o casamento,
Não lhe deu consentimento,
Mas não impediu o fato.

Tinha lá um pau-de-arara,
Como único transporte,
Para aqueles retirantes,
Que fugiam lá do norte;
E após todo o casório,
Com o clima de velório,
Partiram atrás da sorte.

Foi então que vim ao mundo
Numa casa de sapé,
No meio de uma lavoura,
Da fazenda Nazaré.
O meu pai me registrou,
Com nome que encontrou,
No livro de Josué.

Mas agora vou falar,
Dessa luta literária,
E também como fugi
Do inferno da barbária,
Onde a praga do espinho
Se transforma em diabinho,
Estorvando a vida agrária.

Tornei-me, então, um poeta;
Um poeta Cordelista,
Cordelista de bancada!
Nada a ver com repentista.
Não sou improvisador,
E também não sou cantor,
Nesse assunto, sou realista.

Dessa forma minha gente,
Sem ter muita competência,
Sou poeta por acaso.
Recebi a influência
Dos livretos de cordéis,
Essas folhas de papéis,
Que têm toda uma ciência.

O livreto no barbante
É cordel literatura,
A poesia popular,
Feito na métrica pura,
Cada verso é rimado,
Ritmado e musicado,
Pra cantar nossa cultura.

Não vivo a vida que sonho,
Mas canto a vida que vivo,
A minha alma é duas metades,
Com elas vivo e revivo,
Uma vida é a que sinto,
Sendo, a outra, a que consinto,
Dessa forma eu sobrevivo.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

CARAVANA DO CORDEL REALIZARÁ UMA GRANDE FESTA EM SEU ÚLTIMO ENCONTRO DO ANO

No próximo sábado, dia 05/12
A CARAVANA DO CORDEL
realizará seu último encontro do ano na:
Rua Augusta, 1239, no Centro Cineclubista de São Paulo.
Será certamente um encontro memorável, pois diversos poetas, músicos, cantores, declamadores, artistas de um modo geral já confirmaram presença. Queremos contar com a sua participação. Precisamos comemorar o sucesso da CARAVANA, que só foi possível graças a você que participou, incentivou, divulgou e em alguns casos ainda levou gente para nos prestigiar. A poetisa Benedita Delazari lançará mais um cordel, então você não poderá perder.
Te aguardamos lá a partir das 19:00h.

sábado, 28 de novembro de 2009

Homenagem póstumas aos poetas: Elisa Barreto e Paulino Rolim de Moura

Jornal Gazeta Penhense
Elisa Barreto


“Poetisa Elisa Barreto sofre acidente em casa.
A poetisa Elisa Barreto, tradicional moradora da Penha, sofreu uma queda, dia 10, em sua residência, tendo que ser internada no Hospital do Servidor para se submeter à uma intervenção cirúrgica.
A poetisa fraturou o fêmur e foi operada no dia 11, informou o escritor Paulino Rolim de Moura, seu marido. Na semana passada, os dois estiveram no centro da Penha, fazendo uma foto defronte ao Edifício Santa Amália, para um suplemento especial do jornal Diário do Comércio. O casal se conheceu em 1951, durante um baile de inauguração daquele prédio, se casaram e estão juntos até hoje. A festa foi muito concorrida e marcava a inauguração do primeiro edifício com mais de 3 pavimentos no bairro. Embora com mais de 80 anos, Elisa Barreto continua a produzir poesias de alta qualidade, além dos 9 livros publicados, sendo uma das inscritas para o Prêmio Nobel de Literatura deste ano.”
No último dia 6, sábado, ela enviou sua última produção para nosso jornal:

O TREM QUE PASSA

Ser como nuvem que passa
ou como a estrela que cai
é ter a divina graça
que de um polo a outro vai.

Ser como o trem de carreira
que ao longe na curva apita
e enfeita a planície inteira
com o eco de sua grita.

Ser como o Mar traidor
e lutar contra a maré;
o seu eforço dá flor
e você mostra quem é.

É preciso ser alguém
Não deixe a vida passar
porque sempre passa o trem
que a gente deve pegar. "

Redação - 16-03-2004 - [412]

***
Foi uma frustração descobrir que eram meus vizinhos há muitos anos e não nos conhecemos. A poetisa Elisa passou muitas vezes pela rua da minha casa, como uma pessoa comum. É frustrante imaginar, que se eu a conhecesse antes, não a teria deixado em paz com a minha ansiedade literária.
Felizmente conheci o seu marido, Paulino Rolim de Moura, escritor e grande defensor da Poesia lírica. Ele já estava na casa dos 80 anos de idade. Nossa amizade durou, aproximadamente, 3 meses, mas foi o suficiente para aprender muito sobre Poesia. Aprendi a compor sonetos e trovas. Acho que depois disso, criei coragem para mergulhar no Cordel. Durante cinco décadas ao lado de Elisa, Paulino procurou dedicar-se a promoção da carreira poética dela. Foi uma bela história de amor e poesia. Todos os finais de semana eu descia a calçada da rua da minha casa e batia na porta de Paulino. Sabia que não havia muito tempo. Paulino não viveria um ano sem a sua musa. Numa bela manhã de domingo, Paulino me telefonou e convidou-me pra almoçar em sua casa. Lá estava eu novamente, sorrindo com ele, folheando os livros de Elisa, tomando um vinho ao lado de uma feijoada. Meu Deus! Feijoada! E ele só tinha 80 e poucos anos. Foi o melhor dia de todos, em que estivemos juntos, mas também foi o último. Paulino partiu para encontrar a sua poetisa. Pensei em quantos corruptos, vampiros das almas inocentes que poderiam partir desse mundo, para que o mundo fique melhor, mas Deus leva um poeta para deixar o mundo pior. Não conheci Elisa pessoalmente, mas sei que Paulino falou de mim, quando a encontrou. No final, todos nós, os poetas, nos encontraremos nesse paraíso dos poetas.
Paulino tentou transformar-me em um poeta lírico, mas eu me tornei um poeta Cordelista.
Obrigado Paulino, se depender de mim, vocês serão sempre lembrados.

O que vejo por ai... Bebida provoca danos aos cofres públicos.

Pois é! As 15 horas, do dia 27 de novembro de 2009, flagrei essa cena na rua 7 de abril. No coração da Sampa. O pobre desempregado bebeu muito e se apoiou na lixeira pública! Mas nem a lixeira pública deu guarida ao pobre ser humano, vencido pela fraqueza física, psíquica, filosófica, teológica... Não! Ele não suportou a sua própria carga. Nem a lixeira pública, tanto que arriou, quebrou-se, tombou para o lado. Nesse estado deplorável da condição humana, ele, o pobre homem, se torna invisível aos olhos dos semelhantes. Invisivel aos semelhantes, obviamente, não estou falando dos semelhantes ao seu estado de miséria, mas ao próximo humano. Mas para a minha câmera de um simples apaarelho de celular, ninguém é invisível. A câmera não precisa olhar nos olhos para enchergar um desventurado, um morador de rua, um mendigo,...

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

São Paulo e a Caravana do Cordel

"São Paulo e o cordel
A semana passada estive em São Paulo por 5 dias para inteirar-me do movimento, que virou escola, Caravana do Cordel. Diante desses empreendimento de poetas cordelistas em torno do seu principal produto cultural, o cordel, tudo parece pequeno. A produção continua firme, as publicações também. As editoras aos poucos estão abraçando a causa. E os meios de comunicação, decobrindo o material. Aliás, ontem, dia 26, foi para o ar pela Rede Internacional de Televisão, a RIT, da Igreja da Graça, do missionário R.R. Soares, matéria no Nosso Programa, programa de variedades, à tarde com os cordelistas João Gomes de Sá e Varneci Nascimento. Esse fato é pontual na história do cordel. Foi alvissareiro ver na tela imagens do cordel Homossexualidade: história e luta, de Varneci e Nando Poeta. Bem como Os dez mandamentos do preguiçoso, do mesmo Varneci. A Caravana está forte e crescendo.
Desse encontro surgiu a palestra sobre Leandro Gomes de Barros, no dia 19, para uma plateia de cordelistas e músicos. No meio deles achava-se Gregorio Nicoló, dono da Editora Luzeiro, a mais antiga casa de publicação de cordel no Brasil e uma das primeiras editoras de São Paulo. Gregorio tem sido peça chave na consolidação do cordel publicando autores novos e consagrados e recebendo com rara sensibilidade estudiosos que queiram olhar o seu acervo. Desse nosso encontro saiu a parceria para novos empreendimentos em termos de publicação de Antologias de cordel.
Passei, ainda, na Editora Nova Alexandria, na qual trabalha o poeta Marco Haurélio, figura ao redor da qual se construiu a Caravana. Marco é curador da já afamada coleção Clássicos do Cordel. É um homem cuja pena de poeta complementa o tino de pesquisador e a visão de mercado. Acabou de publicar pela Paulus a Lenda do Saci Pererê, em cordel, com ilustrações da pernambucana Elma. Uma edição magnifica, de luxo. Veio juntar-se a O príncipe que via defeito em tudo, publicado anteriormente pela Acatu, com ilustrações de Nireuda Longobardi.
Além dos consagrados tive a oportunidade de travar amizade com Pedro Monteiro, cordelista estreante autor de Chicó, o menino das cem mentiras, quando retoma o personagem clássico do cordelismo brasileiro, menos conhecido do que seu parceiro João Grilo, mas tão importante quanto. Pedro Monteiro é um autor síntese cuja produção é regida pela pesquisa e pelo rigor. Apesar de estar começando, seu traço poético deixa entrever um futuro promissor. Começar no mundo do cordel com Chicó é ousadia e conquista.
Outro de quem me acheguei foi Nando Poeta. Já com alguns títulos no matulão, Nando é o poeta engajado. Ativista político, trouxe para o cordel as lutas sociais. Assim seus folhetos 1º de maio, Assédio moral é crime e Educação não é mercadoria preenchem uma lacuna, sem se despedir do essencial no cordel: a poesia. Alertado para o fato de não cair no panfletarismo, Nando busca o equilíbrio entre o lírico e o épico. Mas é necessário andar devagar para dosar as cores sem exageros.
No dia 19, quando de minha palestra, foi lançado um cordel de Benedita Delazari intitulado A escravidão negra e o quilombo dos Palmares, com ilustração de capa de Cícero Soares. Em duas cores, preto e marrom, esta capa impressiona pela maestria, colocando por água a tese de que o cordel tem que ter obrigatoriamente uma capa de xilogravura. Em tópicos futuros apresentarei um por um esses cordeis e falarei mais dos cordelistas em São Paulo, disputando a vanguarda com o Ceará. Vanguarda que já foi paraibana, mesmo produzida a partir de Recife. Outra história."


Trecho extraido do blog: http://adercego.blogsome.com/

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"Doutor Aderaldo
Aderaldo Luciano, paraibano radicado no Rio de Janeiro, pesquisador, professor, músico e poeta, agora é, também, doutor. Doutor em Literatura. E, mais: sua tese vai na contramão dos estudos sobre o cordel, os antigos e os “mudernos”, ancorados em argumentos frágeis, pouco criteriosos, desrespeitadores da individualidade poética, responsáveis pelas paliçadas erguidas entre uma suposta literatura erudita e a – assim chamada – popular.
Parabéns, mestre, ou melhor, doutor! "

Marco Haurélio, poeta e curador da coleção Clássicos do Cordel, da Editora Nova Alexandria.

"Procure o Doutor:
Agora temos um doutor paranos “receitar” preventivamente e medicar umas “meisinhas” para curar alguns delizes no universo cordeliano.E aí vai: como uma manifestação literária genuinamente brasileira,desprezada pela cultura acadêmica, denominada gênero nemor ou subliteratura ou ainda manifestação marginal em verso é tão popular?Agora, requer, em verdade, um amplo debate, simpósio, fórum para aparelharmos com fundamentação as nossas ideias e teses.Um abração para o Cangaceiro Doutor ouDoutor Cangaceiro da Serra da Borborema!Parabéns!"
João Gomes de Sá, poeta e dono da cultura em Guarulhos-SP

"Sou potiguar e um curioso sobre a literatura de cordel. Aliás, também colecionador. Já acompanhei Aderaldo Luciano em duas edições do programa “De Lá Prá Cá”, da TV Brasil: Mestre Vitalino e Patativa do Assaré. Boas intervenções.Espero que em breve, essa tese seja transformada em livro, para o devido acesso ao seu precioso conteúdo.Parabéns! "
Carlos Alberto, cordeleiro de Natal-RN

"Aderaldo Luciano, como simples aprendiz da poesia de cordel, apenas quero lhe agradecer pela grande contribuição que você veio nos trazer. Certamente sua tese de doutoramento vem para corrigir muitas distorções sobre o cordel, pois não são poucos os equívocos que vemos por aí. Assistindo sua palestra, há um ano, em Guarulhos, no primeiro Salão do Cordel, pude ver seu grande conhecimento, e sei que não é diferente a sua tese. Estou ávido por lê-la. Bem vindo, poeta doutor, ou doutor poeta, saiba que você encontra em nós cordelistas verdadeiros irmãos. Parabéns por mais essa conquista!"
Varneci Nascimento, poeta maior da Ordem Franciscana Menor, de São Paulo

"Passe para frente o seu
Valioso aprendizado.
Não retenha este poder
Pra não ser penalizado,
Com a dor na consciência
Vendo o povo atrasado.
Parabéns poeta Doutor.
Que os horizontes se alarguem, e até o debate se acalore! Mas a sede do aprender, possa ser saciada."
Pedro Monteiro, a pedra angular da poesia, de São Paulo.

Eu conheci Aderaldo, no dia da homenagem a Leandro e tive o prazer de tomar um café com ele e outros amigos cordelistas, na galeria Califórnia do centro de Sampa.
Fiquei encantado com a palestra do Doutor em literatura e com o seu interesse, no que se refere ao futuro da Caravana do Cordel e os seus objetivos. Faço minhas todas as palavras dos meus confrades, acima.
Josué G. de Araujo

Diário Crítico

Cutucando a onça com vara curta

“Relembro outra vez: eu tinha meus quatorze anos, quando um empurrão violento me atirou de encontro aos livros. Na sala de aula, o professor de Português tomou minha composição para exemplo de como todos nós seus alunos escrevíamos irremediavelmente mal. De pé, ao lado da cátedra, ouvi a catilinária sem esboçar nenhum protesto, porém, ao me sentar, sob o deboche geral dos colegas, jurei a mim mesmo que aquilo não iria ficas daquele jeito, não. E não ficou. Passei a ler muito, acostumando-me a refletir sobre as palavras que lia, vendo-as como potências vivas para o que eu queria dizer. Não demorou muito, e o mesmo professor, em frente à mesma turma, ao comentar uma nova composição minha, disse que eu havia nascido com a pena e que seria glória nacional. Claro que eu não havia nascido com a pena, nem me tornei glória nacional. O pouco que alcancei realizar, oi sempre fruto de muita luta para aprender a fazer.
“Foi assim que aprendi a escrever, lendo a Bíblia, disse uma vez Ernest Hemingway, mas eu não aprendi a escrever lendo apenas a Bíblia. Descobri que ler era divertido e escrever muito mais. Aprendi com meus próprios erros, porque só aprendemos errando, porque a vida sempre traz em si o certo e o errado, e a nós cabe escolher a melhor saída. Para minha sorte, na época, caiu-me nas mãos um artigo sobre Descartes, em que eram dadas a suas quatro regras básicas: 1º) que se deve partir sempre do mais fácil para o mais difícil; 2º) que se deve dividir cada uma das questões que vamos enfrentar por etapas; 3º) que não devemos aceitar nada como verdadeiro sem antes procurar vê-lo como tal; e 4º) que devemos fazer uma enumeração completa de tudo, para que possamos ter a certeza de ter compreendido realmente o assunto. Esse foi o meu método de trabalho ao longo das vida, mesmo que, mais de uma vez, tenham me dito que o cartesianismo estava superado, A primeira vez foi naquela mesma ocasião, quando um professor me disse que eu deveria tomar como modelo uma filosofia mais moderna. Quando eu lhe perguntei qual, ele ficou de me dizer na próxima aula, mas nunca mais tocou no assunto. Assim, preferi ficar com descartes mesmo, e não me arrependi. Foi com ele que aprendi a seguir a minha própria intuição.
Alguém disse um dia que todo mundo sempre se julga capaz de escrever um livro e comandar um exército numa batalha. Talvez por isso existam tantos livros ilegíveis e tantas guerras perdidas. Fundamental que se aprenda primeiro a arte de pensar, porque, afinal, a linguagem é uma forma de comunicação e a primeira obrigação de quem comunica é não dizer bobagem.”
Benedicto Luz e Silva
Escritor e Editor
***

O professor estava certo.

O meu mestre de literatura também levou uma bela cutucada, na sua juventude. A onça ficou arisca, razão pela qual, providenciou novas e eficazes medidas de proteção. Não creio que a dor da humilhação, possa transformar um artista em um cientista; um homem sem talento em um escritor de respeito, ou um cantor de sucesso, um artista plástico ou algo dessa natureza. Acredito que o talento é natural em algumas pessoas, mas parte dessas pessoas privilegiadas passa pela vida, sem jamais tomar consciência do seu próprio talento. Uma cutucada pode ou não despertar esse talento que já existe, ou não, dentro das pessoas.
“...disse que eu havia nascido com a pena e que seria glória nacional.”
Aquele jovem havia nascido mesmo com a pena e alcançou a glória nacional.
Benedicto Luz e Silva, aquele garoto que foi cutucado pelo professor, se tornou Escritor e Editor. Venceu um concurso nacional - 1º lugar (Medalha de Ouro) no segundo concurso para a outorga do “PRÊMIO NACIONAL CLUBE DO LIVRO” com o livro: “Um corpo na chuva” – Romance com 150 Páginas. Editora Clube do Livro Ltda – 1972.
Vencer um concurso nacional de literatura, não é alcançar a gloria nacional?
Josué Gonçalves de Araújo
Escritor e Poeta Cordelista

domingo, 15 de novembro de 2009

Sobre Poesias e ecologia

A estudante e poeta Érica Araujo, 8º membro vitalício da Academia Estudantil de Letras Cecília Meirelles, ganhou um concurso de poesias no site: http://www.gargantadaserpente.com

“A respeito do concurso: Tomei conhecimento através da Vivi, professora de Teatro da AEL Cecília Meireles, que me indicou o site. Esse site contém muitos concursos literários destinados à crianças, jovens e adultos. De início me interessei pelo IX CONCURSO LITERÁRIO “PRÊMIO CLEBER ONIAS GUIMARÃES” 2009. No link você encontra a Comunidade do Conselho Comunitário, responsável pela organização do concurso, com mais informações, inclusive o regulamento e resultado.”
*
"MISTERIOSA TERRA"

És Misteriosa Terra,
Espetáculo sem igual,
Inspiração pra teus poetas-
Verde, Vida, Tão Vital.

Águas correm sem parar,
Teu silêncio é canção;
Vamos á praça da Paz
Paz de Língua, Cor, Nação.

Conheci tua morada,
Teu Universo, teu infinito,
Além do mundo tuas estrelas,
Teus cometas em agito...

Sou herdeiro do Futuro,
De tuas selvas, campos e flores,
Da preciosa, Mãe Natureza,
Teus rios e mares- Teus Amores!

Já não sei o que fazer,
Mas por ti serei capaz.
De defender tua criação.
Do homem que não vê o que faz.

És Misteriosa Terra,
Do Universo o coração,
Pois guardaste milhões de vidas
Que permanecem mesmo quando vão!

Érica Araújo

sábado, 14 de novembro de 2009

Caravana do Cordel homenageia o Dia do Cordelista

Xilogravura de Arievaldo

Caravana do Cordel é um projeto coletivo, construído por poetas populares nordestinos radicados em São Paulo. O grupo, formado por poetas, artistas plásticos, músicos e pesquisadores, vem alcançando grande sucesso em suas reuniões mensais no Espaço Cineclubista da Rua Augusta e nos eventos realizados em São Paulo e no entorno da capital, mantendo viva a tradição itinerante da poesia popular.

No dia 19 de novembro, que marca o 144º aniversário de nascimento de Leandro Gomes de Barros, maior expoente do gênero, a Caravana do Cordel preparou várias atividades para homenagear o patriarca da poesia popular brasileira. Dentre as atividades, uma mesa redonda discute a atual realidade da literatura de cordel, as vitórias e os embates a serem travados num campo em que o preconceito e o desconhecimento ainda são enormes. Outras atividades mostrarão a riqueza temática da literatura de cordel, confundida por leigos com a poesia matuta, ramo distinto da poesia popular. Haverá, também, exposições de gravuras e a já tradicional feira de cordel apoiada pela Editora Luzeiro.

Programação

19h - Mesa redonda: Cordel: conquistas e desafios:
Debatedores: Moreira de Acopiara e Marco Haurélio - Mediador: Pedro Monteiro

20h - Palestra: Leandro Gomes de Barros: desbravador do Cordel, ministrada por Aderaldo Luciano, Doutor em Letras pela UFRJ.

21h – Sarau poético com membros e apoiadores da Caravana do Cordel

21:30 h – Apresentações musicais de Cacá Lopes, Costa Senna, Jackson Ricarte, Luiz Wilson e convidados.

Serviço

O quê? Dia do Cordelista: homenagem a Leandro Gomes de Barros

Quando? Dia 19, às 19h

Onde? 282 - São Paulo SP - Fone: 3350-6000

Entrada franca

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Diário Crítico

Cutucando a onça com vara curta
Outro dia, eu conversava com o Josué Gonçalves de Araújo, e ele me disse achar que, a seu ver, o Brasil nunca esteve tão bem, em toda a sua história, quanto agora, com uma economia em franco crescimento. Eu, então, me limitei a lhe perguntar como pode achar isso, se o País, com uma população de cerca de 200 milhões de habitantes, tem cerca de 70 milhões de pessoas (ou seja, cerca de 30%) dependentes do Bolsa família, e apenas cerca de 25 milhões de trabalhadores com carteira assinada (ou seja, cerca de 12%).
Foi só isso o que eu coloquei, mas ele não deixou por menos e me acusou de não gostar do Lula, por isso vejo apenas o que acho ruim no seu governo. Respondi-lhe que não acho nada, porque, achar ou não achar, não tem a menor importância.
- Lula pouco me importa, como pouco me importaram todos SOS outros governantes anteriores, desde Getúlio Vargas. Importa-me o sistema vigente no Brasil, que é o feudal, desde as capitanias hereditárias. Para se dar bem, é preciso que se seja amigo do rei, e eu nunca fui amigo de rei nenhum. Por isso, nunca fui embora para Pasárgada. Em minha vida toda segui aquilo que dizem do espanhol: Hay gobierno? Yo soy contra.
- Por isso, age como um amigo meu, que apoiou os militares e é malufista até hoje: só recorta jornal dos jornais os dados negativos do governo Lula, nunca os positivos – ouvi como contra-argumento.
- O senhor me respeita! Não me conhece o suficiente, para fazer esse tipo de comparação. Uma coisa que aprendi na vida é que só a verdade pode nos libertar, e isso foi o que sempre fiz e não vou deixar de fazer. Se a população do Brasil equivale a 3% da população mundial e o seu PIB não chega a 0,5% do PIB mundial, como pode a economia do País ser tão robusta, como dizem que é? A capacidade de pensar em termos lógicos e concretos é essencial para um escrito, e você, em sua predisposição mental para aceitar determinadas opiniões alheias sem analisá-las, está impedindo ou dificultando que chegue às conclusões as mais simples. Está precisando aprender a raciocinar melhor com a própria cabeça.
Eu, que acreditei que estava acrescentando mais um ex-amigo à longa lista daqueles que não agüentaram as minhas impertinências, tive a grande surpresa de ouvir Josué Gonçalves de Araújo me dizer:
- Acho que você tem razão. Por que não escreve uma coluna no meu blog na internet explicando tudo isso? Tem muito a ensinar a quem quer aprender. E eu quero aprender.
Essa é a razão deste Diário Crítico, no qual tentarei excogitar erros e ignorâncias dos quais não me excluo.
*
Escritor e Editor: Benedicto Luz e Silva
1º lugar (Medalha de Ouro) no segundo concurso para a outorga do
“PRÊMIO NACIONAL CLUBE DO LIVRO
Com o livro: “Um corpo na chuva” – Romance com 150 Pg.
Editora Clube do Livro Ltda – 1972.

***

A honestidade é inviável as regras básicas da política
Por: Josué Gonçalves de Araújo

“Descobri o escritor Benedicto Luz e Silva recolhido em sua sala no Edifício da Paz, no centro de São Paulo. Ele passa as manhas em sua sala, só, com os milhares de livros. Quando soube de um escritor solitário, naquele edifício, exigi que me levassem até ele. Deixaram-me dentro da sua sala, na sua presença e eu me apresentei como um discípulo procurando um mestre. Assim começou o nosso relacionamento literário. Quando eu falo besteira, o mestre explode, mas quando percebe que eu não o deixarei, então, tudo fica bem.”

Cutuquei a onça...

Aliás, eu descobri, muito cedo na vida, que se você quer ser um sábio, deve andar com uma “varinha curta” pendurada no pescoço. Não tem nada a ver com as fadas, os bruxos, regência de orquestra, não, a varinha é para você, jamais perder uma oportunidade de cutucar, toda e qualquer onça que passar a sua frente. É assim que um dia, talvez, você se torne um tomador de onças. Foi Sócrates quem disse: “Conheça a ti próprio e estarás montado em um tigre”, eu vos digo, conheça a ti mesmo, cutucando onças.
Relativamente, às afirmações feitas por mim, que tanto sensibilizou o intelecto do meu mestre de literatura, para a questão da economia do Brasil, eu assumo: é verdade. Eu disse mesmo, mas é assim que cutuco as onças. Não resisto a proximidade de uma onça sem dar-lhe uma cutucada. Não ponho a mão no fogo por nem um político. Não é que seja impossível, a honestidade para um ou outro político, na verdade, a honestidade é inviável as regras básicas da política. Um político honesto não esquenta o assento da sua cadeira. As minhas afirmações foram oriundas de um pequeno fato real; No exercício da minha função em uma Administradora de imóveis, eu portava uma relação de imóveis para locação, com 300 imóveis que mensalmente, baixavam-se 10% e lançavam-se novos imóveis, na mesma proporção. Isso se manteve inalterado por mais de 8 anos e, nos últimos 2 anos, essa lista diminuiu. Mensalmente e gradativamente, o ritmo das locações foi acelerado e, atualmente, não tenho mais nem uma lista de imóveis vagos. Será que aquelas pessoas que moravam com a sogra, com os pais, com os cunhados ou nas ruas, passaram a ter maior ganho, a ponto de viabilizar a locação de um imóvel? O índice das vendas no ramo imobiliário, também, foi maior. Nada aconteceu no meu bolso, mais posso afirmar com absoluta convicção que lá fora, mais pessoas, nos últimos dois anos se deram melhor, que nos meus improdutivos oito anos, anteriores. As pessoas podem mudar de partido político ou podem ser desmascarados quando usam máscaras, mas a sua verdadeira ideologia é imutável.

domingo, 8 de novembro de 2009

A Caravana do Cordel – A fênix da literatura popular

Nos anos 60, me lembro muito bem, quando em plena colheita de algodão, os bóias-frias cantavam as músicas sertanejas para espantar o desânimo, infligido pelo calor do sol a pino. Eu era um deles! Às vezes dava uma pausa para retirar um espinho de carrapicho que se infiltrava na minha coxa. Um sol arretado de quente fazia os espinhos saltarem sobre a pele dos pobres bóias-frias. Alguém cantava uma musica de Tonico e Tinoco e outro alguém, algumas ruas de algodão mais adiante, fazia a segunda voz. Eu achava lindo e triste. Lindo porque gostava de uma boa música e triste porque começava a sonha em como evadir-me daquela maldita vida agrária. Ao crepúsculo, todos subiam na carroceria de algum caminhão e retornava a cidade. Uma cidade de uns 16.000 habitantes no Pontal do Paranapanema. Na cidade, a noite, os adolescentes, como eu na época, se reuniam no jardim. A onda era jovem guarda. Musicas caipira, sertaneja ou coisa do gênero não era, nem comentada entre os jovens, a não ser com ares de deboches. Tínhamos vergonha de cantar entre nós, qualquer música sertaneja. Isso não quer dizer que ela não estivesse enraizada em nós. Mas quando surgiu o grupo dos “amigos da música popular sertaneja” – Chitãozinho e Chororó, Leandro e Leonardo e outros, a musica sertaneja caiu, também, nas graças da juventude. A música sertaneja renasceu com toda força e assumiu o seu verdadeiro lugar no cenário musical brasileiro. Os músicos da nova geração sertaneja ficaram ricos e a velha guarda recebeu as honras e o reconhecimento moral. Vejam o caso da famosa dupla sertaneja, Tonico e Tinoco, que envelheceram empobrecidos.
E o Cordel? Pois é! Naquele tempo da minha infância, quase adolescente, minha avó não se cansava de me contar as histórias dos cordéis, tais como: João Acaba mundo e a Serpente negra, O Pavão Misterioso, os três cavalos encantados e outros. O meu vizinho, ex-professor, que bebia muito, em razão de ter sido corneado pela esposa, segundo ele mesmo, vendia livretos de cordéis pendurados em barbantes, no centro da pequena cidade, ainda sem asfalto, sem energia elétrica e sem televisão. O tempo passou e eu me tornei um paulistano na luta pela sobrevivência e o cordel ficou, engavetado dentro do meu ser.
Trabalhando pelas ruas da Capital, eu encontrava os livretos de cordéis em uma única banca no largo do Paissandu. Uma vez ou outra, comprava um livreto para reler e relembrar da minha avó e do pobre corno que nos momentos de sobriedade, viajava nos versos do cordel.
Escrevi e editei dois livros: um romance de 187 páginas que me rendeu algumas palestras em academias de escolas municipais e um livro de contos e crônicas. Foi então que, de repente, surgiu uma pergunta na minha cabeça: “Por que não escreve um livreto de Cordel?” Por quê? Histórias eu já havia criado em prosas e muitas já tinham a cara dos cordéis. Escrevi o meu primeiro cordel. Na mesma semana, nas proximidades da estação metro Jabaquara, eu entro em um sebo e dou de cara com muitos livretos de cordéis. Quem estava batendo papo por acaso com o dono do sebo? O proprietário da editora Luzeiro que comprou a editora Prelúdio que editava os cordéis da minha infância. A conversa foi sem futuro ou quase porque eu pensei em desistir do assunto – editar livretos de cordéis. Mas a cada dia eu percebi a presença de livretos se espalhando pela cidade. Decidi aceitar o convite do editor e visitei a editora Luzeiro, onde fui muito bem recebido. Vi com muita alegria os títulos dos velhos livretos da minha infância na sala de museu da editora. Conclusão: Vai sair o meu primeiro livreto.
Descobri a Caravana do Cordel. Um movimento que começou com sete participantes e vem crescendo e crescendo... Tenho participado de alguns eventos da literatura popular, patrocinado por esse movimento e confesso, estou completamente apaixonado pelo cordel. Cheguei à minha casa um dia, com o cordel na cabeça, ansioso pela demora da edição do meu livreto e sentei-me a mesa:
“Minha esposa querida
Eu acabo de chegar
E estou com muita fome,
Você já fez o jantar?
Como a mulher não estava de bom humor, completou a minha estrofe:
Meu pretenso Cordelista,
Seja mais um realista,
E me ajude a cozinhar.

Na verdade, eu penso que da mesma forma como a musica sertaneja renasceu com toda a força e, assumiu as primeiras posições nas paradas de sucesso, assim pode estar acontecendo com o Cordel no Brasil. E o Cordel envolve, além da “Literatura popular”, a música dos violeiros. Os estudantes das escolas e universidades, cada vez mais, têm demonstrado interesse pela literatura de Cordel. Farei tudo para ser um surfista Cordelista e pegar carona na crista dessa onda.



segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Salomé Parísio - Sonhos de uma vedete

A vedete, cantora e atriz Salomé Parísio, pseudônimo de Dulce de Jesus Oliveira, nasceu em Pernambuco, na cidade de Bonito, em 3 de junho de 1921.É de uma família com oito irmãos, três homens e cinco mulheres, todos cantores. Começou a cantar na Igreja, foi “filha de Maria”, e quase “freira”.Em Recife, PE, começou a carreira na Rádio Club de Pernambuco, onde foi vencedora do programa de calouros. Depois do sucesso em Recife, viajou para Bahia, onde permaneceu por cinco anos e onde nasceu seu único filho. Lá, recebeu um convite para trabalhar no Rio de Janeiro.Gianca de Garcia, diretor artístico do Cassino da Urca, resolveu levar Salomé Parísio ao Teatro de Revista, com todo o elenco da Urca. Mandou buscá-la em Salvador para estrelar a peça “Um Milhão de Mulheres”, estrondoso sucesso de 1947. Naquele teatro, fizeram três revistas.Depois, foi para São Paulo e lá ficou. Trabalhou no Teatro Santana e fez filmes com Mazzaropi. Fez enorme sucesso como estrela-atriz-cantora na revista Prato do Dia, onde dividia o palco com o comediante Colé e Virgínia Lane. O Brasil estava se tornado pequeno para ela. Em 1950, Salomé Parísio excursionou por Portugal e abalou o Cassino do Estoril. Em 1952, de novo o país se dobrou a ela com "Pra Lá de Boa", dirigido por Lulu de Barros. Em 1955, as pernas de Salomé Parísio renderam páginas na Argentina, onde fez longa e milionária excursão. Depois, Salomé Parísio foi para os Estados Unidos (Nova York), onde recebeu um convite para substituir Carmem Miranda. Mas, teve que voltou para o Brasil porque sua mãe ficou muito doente. Salomé largou tudo para cuidar da mãe.De volta, fixou-se em São Paulo, fazendo shows, trabalhando nas rádios Tupi, Bandeirantes, Record e Nacional. Chegou a Nova Iorque em 1960, em grande estilo, no Rádio City Music Hall, dirigida por Carlos Machado. De volta ao Brasil em 1962, estrelou "Um Violinista no Telhado", onde cantou as canções judias. Fez programas de rádio, TV, novelas, outras revistas picantes até 1980, quando recebeu um convite do Antunes Filho para fazer a peça “Macunaíma”. Com o espetáculo viajou por todo o Brasil. Depois, o elenco partiu para o Festival Mundial do Teatro em Nancy, Paris, onde alcançaram o primeiro lugar.Com "Macunaíma", excursionou por doze países. No teatro, Salomé Parísio fez “Violinista no Telhado”, “Dilúvio”, dentre outras peças. Na televisão, atuou na novela “Sangue do meu Sangue”, de Vicente Sesso.Em 1981, uma nova geração a descobriu no histórico musical "Aí vem o Dilúvio". Os freqüentadores das feiras livres e dos supermercados no bairro do Centro, arredores da Igreja da Santa Cecília, em São Paulo, sempre se perguntam quem é aquela exótica senhora sorridente, falante e cheia de bom humor que circula com invejáveis mais de 80 anos e pernas ainda bonitas. Os anos passaram, Salomé, continua trabalhando: dá aulas de canto e regularmente canta a Ave Maria de Gunot em casamentos com sua voz ainda maravilhosa. Vive sozinha em um confortável apartamento no centro da cidade. Seu último show foi uma homenagem 2003 no Teatro Itália, a "Sonhos de Vedete". É a última vedete viva pioneira do teatro de revista brasileiro, ainda em atividade. Todas as outras sobreviventes estão há muito aposentadas: Virginia Lane, Maria Quitéria, Dorinha Duval, Lady Hilda, dentre outras. Salomé diz que, "por ter feito pouca televisão após 1970 sou pouco popular hoje. Preferi viajar o mundo. Nem tudo são flores e tenho muita saudade de meu único filho que morreu jovem", conta, sem entrar em detalhes. Salomé Parísio tem cinco netos e quatro bisnetos.
Fontes: Site Ovadia Saadia; Youtube. SESC.

Recentemente, conheci Dulce (Salomé Parísio), em sua residência.

Trabalho nas ruas de São Paulo a serviço de uma Administradora de Imóveis, no palco de uma das maiores cidades do planeta. Sempre nas ruas, felizmente, visitando prédios e aptos vazios. Às vezes, no Centro, no bairro dos jardins ou na periferia. Hoje estive próximo ao largo do Arouche, na rua Frederico Steidel. Uma pequena rua, dessas que não se deve passar pelas calçadas depois do ocaso. Um só quarteirão, mas ali, se concentra grupos de apreciadores de drogas, catadores de lixos, moradores de ruas, mas também, encontrei o Zé do Caixão que, segundo me informaram, mora em um apartamento de um dos pequenos prédios da rua. A minha vistoria era num apto de um desses minúsculos prédios.
No final da vistoria, o zelador me pediu para subir ao apto de uma senhora, que estava interessada na locação. Após 11 anos, o proprietário pediu para ela, uma senhora de 84 anos, esvaziar o apto. “Oh! Que coisa triste! Vou falar com ela, sim.” Imediatamente, subi e adentrei ao apto da senhora. Ela não estava preparada para receber visitas. Havia um corte sobre o seu lábio superior, mas os olhos pareciam dois espelhos da eternidade. As suas pernas de mais de oito décadas, conservavam um contorno especial, tanto que provocou em mim, um belo pensamento – “essas pernas devem ter sido muito belas”.
Conversa vai e conversa vem, e ela me diz que desejava locar o apto no térreo, para continuar a morar no mesmo prédio. Afinal, foram 11 anos naquela região. “Eu sou atriz e cantora! Salomé, você não se lembrar de mim?”
Fiquei sem graça, pois não me lembrava de nada relacionado a ela. Pensei que ela fosse maluca, mas era muito simpática e muito consciente do que falava. Gostei dela, assim de graça. Talvez pelo jeito dela, ou pela alegria que em certos momentos, eu apreciava nas janelas da sua alma. Ela não parecia um ser comum. Dei-lhe as instruções para tentar viabilizar a locação do apto vazio, e me despedi.
Em casa eu fui direto para o deus Google. Meu Deus! Ela era real! Muitas fotos antigas, reportagens que mencionavam a beleza das suas pernas, quando encantou a argentina. “Eu tinha razão quanto às belas pernas”. Li tudo que havia e assisti a vídeos e fiquei chocado. Aquela mulher não devia estar tentando locar um simples apto, e ainda mais, naquela rua. Deus dá uma vocação - um talento - para uma pessoa brilhar como um cometa de Halley, e então, essa pessoa usa o poder do seu talento para sair do anonimato, salvar a sua família, encantar as pessoas, satisfazer o prazer da sua própria alma e, no final, o seguro da velhice esta vencido. Não há garantia de uma velhice digna para quem viveu pelas leis do seu coração e da sua alma. Para quem usou o coração no lugar do cérebro. Quem nasce com talentos artísticos, esta condenado a ser um escravo do seu próprio talento. Para essas pessoas marcadas pela alma, está fora de cogitação, a luta pela sobrevivência. Pelo menos, seguindo uma das profissões normais do sistema financeiro que garanto, sucesso e realizações rendosas. A pessoa é levada por uma força interna a seguir a sua vocação artística: um caminho árduo e sem garantia de sucesso. Às vezes, o sucesso é pleno e a pessoa pode ser vista como um semideus, às vezes brilha muito e cai no esquecimento, mas na maioria, não se chega a lugar algum e passa-se toda a vida. Uma vida toda correndo atrás de exteriorizar algo que jamais encontra um espaço para atuar.
Quando um filho nasce com inclinações, definidas, para a construção de prédios, a sua vida é uma estrada reta, limpa e sem barreira. Pode-se afirmar com absoluta convicção, e de antemão: “Ele será um engenheiro.” É só seguir todas as etapas já definidas e conhecidas até ser diplomado. Mas o seu filho não gosta de nada que não tenha um palco! O que você pode garantir para ele? O talento será tão especial que o levará ao sucesso de qualquer forma? Na verdade, ter algum talento artístico, é a certeza de caminhar, tateando, sobre uma estrada escura, para um futuro incerto.

Voltei ao lar de Salomé.

Duas semanas depois, voltei ao apto de Dulce para informar-lhe que o tal apto vazio foi alugado; que eu lamentava por ela não ter conseguido locá-lo. Ela abriu as portas com a mesma simpatia de antes. Disse-lhe, que sabia quase tudo sobre ela, porque pesquisei na internet. Ela reagiu com surpresa - Internet? Sim, minha querida! Você esta na internet; a sua vida esta na internet!
Dulce nunca navegou na internet e não possuía computador. Dessa vez a conversa foi mais longa e interessante. Ela me contou muitas coisas, mas só ficou triste quando contou da última vez que pisou no palco.
Ela ainda trabalhava, apesar dos seus 84 anos, mas havia sofrido um acidente onde cortou o lábio superior, impedindo-a de cantar. Faria uma cirurgia de reparação para breve. Dulce se acomodou no velho sofá e começou a falar: “Eu fui ao restaurante para apresentar a minha peça: “Sonho de uma vedete”. Um teatro adaptado num espaço reservado de um restaurante do bairro Santa Cecília. Levei as minhas roupas de trabalho e encontrei as companheiras de palco. Elas estavam sem ânimo porque havia 8 pessoas que havia comprado os convites. “Vamos apresentar para as oito pessoas” – disse as minhas companheiras - mas elas convenceram a responsável pelo espaço, a cancelar o espetáculo. Eu já estava vestida, fui a frente e expliquei para aquelas pessoas, que voltassem com os seus convites no próximo espetáculo, mas que, antes, eu cantaria uma música para eles. O pianista deu a introdução e eu comecei a cantar. Pensei na minha vida passada, como os portugueses ficaram encantados comigo, os argentinos, e o público de tantos países... Lá em Pernambuco quando perdi o noivo, porque fui cantar na radio e ganhei o concurso. Como depois daquele concurso tudo mudou e eu consegui ajudar a minha família. Quanto glamour!
Agora, depois de oito décadas da minha vida, eu canto para oito pessoas. Vi de relance que as minhas companheiras passavam pelos fundos em retirada, e a voz fraquejou. Meu Deus! Senti que iria desmoronar ali no palco, no exato momento em que percebi na parede um quadro de um santo. As lágrimas insistiam em sair e os olhos do santo pareciam brilhar. Aproximei da parede e firmei as duas mãos sobre o quadro até terminar de cantar. As lágrimas rolaram de vez, sobre o aplauso das oito pessoas. Aos meus ouvidos, soaram como aplausos de uma multidão.
Salomé me contou tudo isso, ou foi o que eu entendi e guardei na memória, e não resistindo as lágrimas, mais uma vez. Ela foi ao quarto e trouxe o seu “DVD – Documentário”, para presentear-me. Abraçamos fortemente, levados pelo clima do instante. Eu a deixei com as suas lembranças e os seus troféus, que decoravam uma mesa no canto da sala.

domingo, 1 de novembro de 2009

Dia 19 é o dia do Cordel

O dia 19 de novembro é o dia do Cordel. O grupo de Cordelista que forma a “Caravana do Cordel” realizará eventos de comemoração a literatura de Cordel nesse mês. Sábado aconteceu o encerramento da festa do segundo salão da Literatura de Cordel. “É um mundo de cordel para todo mundo”. Frase dos cordelistas da Caravana do Cordel.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

II SALÃO DA LITERATURA DE CORDEL

segunda-feira, 26 de outubro de 2009
















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Na Biblioteca Moteiro Lobato de Guarulhos

Dia 29 - quinta-feira – Horário das 10h às 22h.10h

10h - Abertura com Varneci Nascimento e BML
Exposição de xilogravura, Feira da Literatura de Cordel e Venda de Cordel.
13h às 14h - Pausa para almoço.
15h - Palestra com Varneci Nascimento “O Gracejo na Literatura de Cordel” (abertura).
19h - Palestra com Varneci Nascimento “O Gracejo na Literatura de Cordel” (abertura).
20h – Performance cênica: Evânio Teles (Brincante Andarilho).
21h - A Caravana do Cordel.
22h - Encerramento.
Dia 30 - Sexta-feira - Horário das 10h às 22h.10h
10h- Exposição de xilogravura, Feira da Literatura de Cordel e Venda de cordéis.
13h às 14h - Pausa para almoço.
14h às 15h - Exibição do Documentário “Somos todos Sacis”
15h - Palestra com João Gomes de Sá “O Cordel na Sala de Aula”.
19h - Música com Aldy Carvalho.
20h - Música e causos com Eufra Modesto.

Dia 31- Sábado – Horário das 10h às 22h.10h

10h- Exposição de xilogravura, Feira da Literatura de Cordel e Venda de Cordéis.
13h às 14h - Pausa para almoço.
14h - Oficina de xilogravura com Adriano Gambim e Sérgio Ferreira (Espaço do Escritor).
15h - Palestra com Marco Haurélio “Contos Folclóricos”.
16h - Lançamento do Livro “A Lenda do Saci Pererê em Cordel”, (editora Paulus) de Marco Haurélio.
16h30 - Oficina “O Fazer Cordel”, com Moreira de Acopiara.
19h - Música: Jackson Ricarte
Cacá Lopes
Zé de Zilda
Poesia: Nando Poeta
Pedro Monteiro
Castelo Hansen
Moreira de Acopiara
Varneci Nascimento
Marco Haurélio
Cícero Pedro de Assis
Cleusa Santo
22h – Encerramento do Salão da Literatura de Cordel.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

A necessidade faz o ladrão ou a ocasião?



Ocasião
[Do lat. occasione.] Substantivo feminino. “Oportunidade para a realização de algo; conjuntura favorável ou oportuna de tempo e lugar para que se dê ou se realize algo: ocasião de agir.”

Necessidade
[Do lat. necessitate.] Substantivo feminino. "Aquilo que é inevitável, fatal. Aquilo que constrange, compele ou obriga de modo absoluto: Exemplo:
“Viu-se ante a necessidade de ceder" (defecar).

Se é verdade que a necessidade faz o ladrão, alguém honesto que se vendo diante de uma situação desesperadora, é capaz de passar por cima dos seus princípios e cometer um roubo, também, é verdade que a necessidade faz a ocasião.

Primeiro surge à necessidade, no caso, aquela dor de barriga, oriunda de distúrbios intestinais – culpa do peito de peru do boteco - e começa a pressão da natureza física. O tsunami quer explodir pela minúscula boca do vulcão; a pessoa começa a suar, a batidas cardíacas perdem o equilíbrio, e as pisadas no asfalto são suaves, como se pisassem em casca de ovo. Claro! Quem vai se arriscar a pisar forte e correr o risco de sentir as pernas molhadas pela onda rebelde, quando a rolha saltar da boca do monstro zangado? Um banheiro público, sujo e sem papel higiênico ou não, esta há anos luz de distância. Aliás! Qualquer distância é extensa nesse momento. Você olha para todos os lados procurando um milagre. Que sinuca de bico! O monstro ronca agressivamente dentro de você. São explosões e deslocamentos internos. Tudo começa a girar, porque você sente medo. Medo não! Você se apavora. O que será que vai acontecer? Meu Deus! Tire-me dessa enrascada. Eu farei qualquer coisa; serei bom com os mendigos; com a minha sogra; com o meu vizinho do som alto... Meu Deus!
Não tem solução normal. A sua necessidade é imperativa categórica. É mais forte que você e pode romper as resistências das suas pregas naturais, antes que você pisque os olhos. Pode romper? Vai romper. Privação dos sentidos. As vistas escurecem e quando a luz retorna, a ocasião se apresenta, bem a sua frente. Deus atendeu as suas preces e criou a ocasião - "lugar para que se dê ou realize algo". Você não tem tempo para pensar ou recusar e... Bummmmm!!!!!!.
Merda para o mundo todo; para a sociedade; para os chatos e as chatas, para toda a humanidade. Esse é o maior de todos os alívios existentes no cosmo. É o céu!

Eu vi o instante fatal em que o infeliz mandava merda para o mundo. Eu não pude negar um clic no meu celular. Precisava eternizar aquele momento. Bem ali, no centro de São Paulo, na esquina da Rua Santo Antonio, a cem passos da câmara dos vereadores. A merda foi para eles também, para aqueles que recebem verbas indevidas de associações, empresas ou lobistas piratas. Tomara que a força do tsunami sopre esses detritos fétidos até as cabeças dos malfazejos políticos do congresso nacional, lá em Brasília e, também, sobre os seus respectivos lobistas. Se eles não existissem, o povo estaria no céu. Bem mais aliviados.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O que esta acontecendo com a nossa Sampa?

Na manhã do dia 14 de outubro, não resisti e cliquei o meu celular. É só 1.3, mas é o único que tenho. Quase a frente da Galeria do Rock, pela rua 24 de maio, um depósito de lixo reciclável a céu aberto. Ao lado do lixo, uma viatura da guarda municipal, que estavam ali para inibir a presença dos camelôs.

Na manhã do dia 15, mais um clic. Dessa vez foi na rua 7 de abril, esquina com a conselheiro Crispiniano. Garotos de ruas dormem nas calçadas dessa esquina e quando acordam, levantam os seus colchões.

Enquanto isso lá em Brasília, os corruptos continuam livres, impunes, bilionários, comendo caviar e dormindo em colchões ortopédicos, colchões de água, etc...

Do lado de cá, o povo continua preocupado com o campeonato de futebol, depois com o Natal, Carnaval, ...

sábado, 10 de outubro de 2009

O que o Brasil tem a oferecer ao mundo agora?

Primeiro evento TED no Brasil apresentará inovações em diversas áreasde conhecimento e atuaçãoNo dia 14 de novembro, cerca de 700 pessoas estarão reunidas em SãoPaulo para debater "O que o Brasil tem a oferecer ao mundo agora?".Este é o tema que guiará as discussões do primeiro evento TED noBrasil, o TEDx São Paulo. Durante todo o dia, 30 palestrantesapresentarão inovações em diversas áreas de conhecimento e atuação,com o objetivo de avaliar o papel de nosso pais no contexto global.Mais do que uma exposição de boas ideias, a conferência propõe aformação de uma comunidade de inovação, que inspire e mobilize. Umprimeiro encontro, um primeiro passo. Desde a seleção dos palestrantesaté a plateia, a Comissão Organizadora busca explorar a diversidade, criatividade, inteligência e, porque não, a paixão e fascínio dos brasileiros por seus projetos.

Confira mais sobre o evento e os palestrantes no site:http://www.tedxsaopaulo.com.br/

sábado, 3 de outubro de 2009

Lixo na calçada do Hospital do Servidor Público


Manhã, sexta-feira na rua Castro Alves, esquina com a Rua Apeninos, na quadra da estação Vergueiro do metro. "Proibido jogar lixo", esta escrito na placa fixada num mastro de madeira ao lado do poste da eletropaulo, mas o lixo está lá, ao pé do mastro. Todo tipo de lixo, tais como: Colchão velho, caixa de madeiras, cama velha, papelão, etc.
O prédio da esquina é o hospital do servidor público. Por que alguém escolhe, justamente as calçadas de um hospital para depositar o seu lixo? Ainda mais agora que as ruas da cidade estão abandonadas pela prefeitura. Quando é que o prefeito vai solucionar o problema da limpeza das ruas públicas? A greve ainda continua? Vejo toda a cidade suja, mas isso não jusstifica a atitude de um cidadão, de jogar o seu lixo nas calçadas.

domingo, 27 de setembro de 2009

Chuva de pétalas em Holambra - uma questão de fé

Imagine que você se sente dentro de um recinto escuro, no mais completo breu, sem noção de onde se encontra, ou se existe, a porta que conduz à liberdade, à luz, à vida... Então você se movimenta tateando com os pés, com as mãos e qualquer ponto palpável, é uma referência, uma esperança para livrar-se da sua angustia, da sua ânsia de luz, de vida.
Nós, os humanos, acordamos no palco da vida, sem consciência das nossas origens: de quem somos, de onde viemos, porque viemos, para onde vamos. Não sabemos, nem mesmo, o que é essa energia que nos torna seres vivos, pensantes e conscientes da existência. A única certeza que temos e que somos obrigados a manter essa energia em nosso corpo e seguir na rampa do tempo. Seguir sempre em frente...
Assim, peregrinamos pela vida, tal qual um andarilho, caminhando pelas estranhas e obscuras estradas pedregosas, sem rumo definido. Qualquer alento de esperança é uma forte razão para sonharmos com a porta da salvação. O portal para a revelação de todos os segredos, incognoscíveis da nossa existência.
Curvamos, em massa, aos pés de um líder carismático que nos promete levar as portas do paraíso; mergulhamos de cabeça em um lago de água considerada benta, milagrosa pela fé de outros desesperados; fazemos amuletos; rezamos, as rezas ensinadas por pessoas crédulas; pintamos as nossas paredes de cores variadas de acordo com as orientações de exotéricos, etc.
Em visita a holambra - o paraíso das flores - perambulei entre uma multidão de turistas, e presenciei várias manifestações, oriundas da neura humana. Sobre uma torre, havia um locutor anunciando uma chuva de pétalas. Seriam sopradas da boca de um canhão e, posteriormente, elas seriam jogadas de um helicóptero. A voz do locutor soava sobre uma multidão agitada com as palmas das mãos voltadas para cima. O homem incitava os turistas: “ Diz a lenda que, quem consegue segurar uma pétala no ar tem um desejo realizado.”
As pétalas balouçavam no ar sobre as cabeças de uma multidão frenética. As pessoas com os olhos voltados para o céu e as mãos ansiosas por agarrar uma pétala, antes que ela tocasse a terra, disputavam o espaço, espremendo-se. Depois, com uma expressão muito feliz, apertava a pétala contra o peito, fechava os olhos e sonhava com o seu desejo. Alguns enchiam suas bolsas de pétalas, para sonhar um desejo em cada uma delas, no refúgio do lar. A chuva de pétalas, não é a atração principal da cidade, mas se tornou uma tradição em holambra. O comércio agradece aos milhares de turistas que, todos os anos, visitam a cidade, da mesma forma como acontece em Aparecida do norte e outras cidades, por motivos de fé religiosa.
O fato é que, qualquer pessoa astuciosa, com esperteza acima da média, pode usar e abusar dos seus próprios semelhantes. Isso acontece porque o ser humano vive aprisionado na escuridão da matéria. Estamos sempre ansiosos por um alento de esperança de nossas origens, por uma tábua de salvação da nossa alma, por um milagre ou por uma mágica que suavize os percalços da nossa sobrevivência nos caminhos escuros desse mundo material.

sábado, 19 de setembro de 2009

AEL- Academia Estudantil de Letras da Escola Cecília Meireles

Comemorou no dia 14 de setembro, o 2º aniversario da sua Fundação. A festa aconteceu no Teatro do CEU Quinta do Sol
Rua Luiz Imparato, 564, Vila Cisper

“Faze a tua palavra perfeita
Dize somente coisas eternas.”
Cecília Meireles


ACADEMIA ESTUDANTIL DE LETRAS CECÍLIA MEIRELES
http://www.aelceciliameireles.zip.net/


Tema:
PRIMAVERA DE CORES E AUTORES

Trecho do convite:
“O evento constará de apresentações literomusicais e será agraciado com a presença de poetas, escritores, músicos, jornalistas, professores, alunos acadêmicos precursores e demais academias estudantis: AEL Padre Antônio Vieira – da EMEF Padre Antônio Vieira; AEL Monteiro Lobato – da EMEF Pref José Carlos de Figueiredo Ferraz; AEL Lygia Fagundes Telles – da EMEF Octávio Mangabeira; AEL Machado de Assis – da EMEF Major Silvio Fleming; AEL Monteiro Lobato, da EMEF Pref. José Carlos de Figueiredo Ferraz; AEL Lygia Fagundes Telles, da EMEF Octávio Mangabeira; AEL Pedro Bandeira, da EMEF CEU Prof. Rosângela Rodrigues Vieira; AEL Castro Alves, da EMEF Gen. Othelo Franco; AEL Carlos Drummond de Andrade, da EMEF Prof. João Franzolin Neto; e futuras academias: EMEF Assad Abdala, EMEF José Bonifácio, EMEF Infante D. Henrique e EMEF Arthur Alvim.”

Maria da Glória Almeida da Silva
Diretora da EMEF Cecília Meireles;

Vânia Cláudia Autieri dos Anjos –
Presidenta e Coordenadora dos Estudos Literários no Ciclo II;

Elisabete Cristina de Oliveira e Vania C. P. Castanharo –
Coordenadoras dos Estudos Literários no Ciclo I;

Maria Sueli Fonseca Gonçalves –
Coordenadora do Projeto AEL- DRE Penha.
***
Foi uma deliciosa tarde literária. Fiquei muito feliz em ter comparecido ao evento. Na oportunidade, como de praxe, fiz o meu curtíssimo discurso. Sou conhecido no projeto AEL- Academia Estudantil de Letras implantado em escolas municipais, por conta das minhas palestras em duas dessas academias, a convite da Idealizadora do projeto, Maria Sueli Fonseca Gonçalves. Os acadêmicos - estudantes adolescentes – são especiais pelo fato de gostarem de literatura e poesias. Todos esses acadêmicos são talentosos ou, simplesmente amam a literatura e, só por essa razão, inscrevem-se nas academias.
“Quando as aptidões de uma pessoa são bloqueadas, ela se torna pestilenta”. Frases de um livro de psicologia da Faculdade. Com certeza esses jovens correm menos riscos de se tornarem pestilentos. Há um lugar, um espaço, onde eles podem extravasar as suas inspirações, as suas aptidões literárias, os anseios da alma. Enquanto isso, os tais caminhos perniciosos que se apresentam como salvadores, a todos os desiludidos e pestilentos, são descartados. A literatura e a Poesia podem salvar os nossos jovens. Os nossos velhos, também?
Palestra na AEL Escola Cecília Meirelles
- Video da festa: http://www.youtube.com/watch?v=vob7i9sZzHk

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Coisas que eu vejo nas ruas de SAMPA

Quase as vésperas da primavera, a estação da beleza e do perfume natural, eu...mas o que é aquilo? Olha lá! 16:ooh, ali na esquina da Rua Sete de Abril com a Xavier de Toledo... Bem ali, na frente da estação Metro Anhangabau,... uma cena que merece um clic. Duas escadas velhas, um bau danificado, sacos de lixo,...
Após visitar o sebo da Dona Rose no numero 200 da Xavier, tomei um café no bar da esquina, olhando para aquela triste cena. As pessoas se desviando das tranqueiradas. Esse é o nosso povo? Que emporcalha, a própria cidade, onde trabalha e vive? Esse povo tem o prefeito que merece? O eleitor que emporcalha a sua cidade, em plena luz do dia, saberia escolher um prefeito para governá-la?
São Paulo/18/09/2009.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Descaso ou incompetência dos políticos governantes?

Na Sampa de Caetano

O que será que Caetano Veloso quis dizer com isso: “Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto”?
O Lixo
Seria o lixo nas calçadas? Se não era isso, hoje, certamente ele diiria: Chamei de mau cheiro o que senti, de mau cheiro, mau cheiro. “Da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas”. Era a fumaça dos escapamentos e das fábricas ou, era o gás fedorento dos lixos? Da feia fumaça fidida que sobe, queimando as narinas.
Porque o lixo da velha Sampa não foi recolhido pela prefeitura? A cidade esta ao avesso do avesso do avesso do avesso.

Falta de recursos?
Mas onde esta o dinheiro do imposto recolhido do contribuinte?
Bem, aquela verba do passado, nós ja sabemos que foi passear bem longe: um milhão, dez milhões, cinquenta milhões...trezentos milhões... Se vai voltar aos cofres públicos? Só Deus sabe, mas como ele não virá nos contar, vamos ficar sem saber.
Não existe defesa impossivel, o que existe é lei mau pesquisada. Sempre há uma brecha para quem tem dinheiro e ótimos advogados.

E os invisíveis?
Disputam o lixo nas calçadas. É preciso observar com olhos de câmera para vê-los. A gente nem tropeça neles porque eles são como fumaça que se dilui no ar. São invisiveis. A gente não os vê. Os mendigos, os menores abandonados, os moradores de rua. Eles estão aumentando, dia-a-dia. Eles não tem idade definida: de 8 anos a 80 anos. De todas as idades, de todas as cores.
“E os novos baianos passeiam na tua garoa”. E os novos e os velhos, baianos, cearences, mineiros, nordestinos em geral, paulistanos, todos dormem entre os lixos, respirando o pó dos sapatos dos comerciantes e dos brâmanes.

“E novos baianos te podem curtir numa boa”. Estão curtindo numa boa calçada fria e fedorenta.
São os novos dalits da velha Sampa.





domingo, 9 de agosto de 2009

Minas Gerais apresenta o maior complexo cultural do Brasil


Exposição Circuito Cultural Praça da Liberdade antecipa detalhes das instalações que ocuparão prédios históricos de Belo Horizonte
Cenário de importantes momentos públicos e inúmeras historias de cidadãos mineiros, a Praça da Liberdade, localizada no centro de Belo Horizonte, receberá um dos maiores complexos culturais do pais. O circuito inclui todo o conjunto arquitetônico da região (ruas Tomé de Souza, Guajajaras, Bahia e Sergipe), além de prédios públicos da Avenida João Pinheiro. Para apresentar detalhes do projeto, já em sua reta final, o Governo de Minas Gerais inaugurou a Exposição “Praça da Liberdade: Circuito Cultural – Arte e Conhecimento”, localizada na Alameda Travessia, com entrada gratuita, aberta até o dia 09 de setembro, das 09 às 17h.
Durante os 70 metros do percurso, com o acompanhamento de monitores, o público conhecerá por meio de projeções de imagens em 3D a proposta de cada um dos espaços culturais de ocuparão os prédios onde hoje funcionam órgãos públicos. Já estes, serão transferidos para o novo Centro Administrativo do Governo de Minas. Em parceria com o a iniciativa privada serão inaugurados o “Espaço do Conhecimento”, patrocinado pela TIM e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); “Museu das Minas e do Metal”, pela EBX Investimentos, o “Memorial de Minas Gerais”, pela Vale, o “Centro de Arte Popular”, pela Cemig, e o “Centro Cultural Banco do Brasil”. Ainda fazem parte o Palácio da Liberdade, o Arquivo Público Mineiro, o Museu Mineiro e a Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa.
Além disso, a exposição traz fotos, vídeos e textos que contam a história da Praça da Liberdade, palco de grandes momentos políticos e culturais do estado. Também integram a instalação exemplos de projetos que seguem a mesma proposta – de transformar prédios tombados em espaços que reúnem arte, tecnologia, ciência, história e conhecimento – como o Museu do Louvre, Museu Reina Sofia, a Tate Modern e a Pinacoteca de São Paulo. Vale destacar que o projeto museográfico do designer e curador de exposições Marcello Dantas, assim como o projeto arquitetônico de Jô Vasconcellos, respeitam todos os padrões e normas de tombamento.
Serviço
Praça da Liberdade: Circuito Cultural – Arte e Conhecimento
Local: Alameda Travessia, Praça da Liberdade, Belo Horizonte (MG)
Quando: Até 09 de setembro
Quanto: Entrada franca
Horário de funcionamento: Diariamente, das 9 às 17 horas


domingo, 2 de agosto de 2009

O roteiro do destino


A impotência me cerca, me torna escravo,
No tronco do ócio, senzala da inércia.
Nos sonhos forçados, encontro refúgio,
A esperança fugindo, da névoa fria,
Galopa sorrindo, num raio de luz,
Minha sombra no chão, em forma de cruz,
É a mente brincando, brincando de Deus!

O destino é um livro escrito.
Somos todos os personagens,
De uma história muito simples,
Mas, quem muda a sua história,
Troca a vida pela glória,
Ou morre louco e sem vitória.

Quando o vento da ilusão,
Sopra forte, muito forte,
Vem um farfalhar de páginas,
E deixa o tempo sem controle.
Ai a mente se libera!
São vislumbres, fantasia,
Que o tempo até espera,
Pra chover a chuva fria.
E as páginas da verdade,
Voltam todas de mansinho,
E na minha ansiedade,
Fico todo abestalhado,
Cheio de incredulidade.

A razão ainda é mestra,
D’uma criança impaciente,
Só a ilusão é amante,
Desse louco inconseqüente.

Amanhã, bem de manhã,
Esperarei o sol raiar,
E o fantasma do meu tempo,
Ainda vou lhe assustar.
As cortinas eu vou abrir,
Meu coração iluminar,
Se da janela a alma olhar,
Verá os raios sobre a mesa,
Escrevendo com presteza,
Minha história, minha glória,
Meu caminho andantino,
Meu roteiro, meu destino.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Festival de Inverno da UFMG em Diamantina

Em sua 41º edição, traz com seminário aberto ao público, apresentações de dança e teatro e exposições de arte.

Até o dia 30 de julho, quinta-feira, a cidade de Diamantina é palco do 41º Festival de Inverno da UFMG. Toda a programação foi desenvolvida a partir do tema “Traduções”, que resume a multiplicidade de perspectivas, formas e linguagens da arte contemporânea. Quem não conseguiu se inscrever para as oficinas e seminários, ainda tem a oportunidade de participar de uma série de espetáculos de teatro, música e exposições.

Vale destacar a exposição “Rubem Grilo Xilográfico 1985-2009, uma retrospectiva do artista, composta por 180 obras. “O Rubem tem um trabalho fabuloso, é uma referência internacional em xilo”, diz Fabrício Fernandino, curador do evento e professor de Belas Artes da UFMG. A mostra fica aberta à visitação de 22 a 29, das 12h às 17h30, na Casa de Chica da Silva.

Outro diferencial, foram os seminários sobre o futuro dos Festivais Universitários de arte e cultura, os quais debateram a relevância de eventos culturais que ultrapassam a compreensão da cultura como entretenimento, durante os dias 20 e 21. A importância do investimento do setor público e privado também foi ressaltada por Fernandino: “Para mim, um dos grandes aliados do Festival tem sido o governo estadual, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, e a Cemig, que vem sendo o financiador máster do Festival de Inverno”.

Programação completa: http://www2.ufmg.br/festival09/programacao-festival2009

Minha lista de blogs preferidos