quarta-feira, 8 de abril de 2020

COVID-19 - O Exterminador do presente


Olhando pela fresta da janela no isolamento social - Josué do Cordel
A CULPA NÃO É DE DEUS
Há reflexões possíveis e interessantes na mensagem do temido exterminador do presente, o coronavírus (COVID-19). Teologicamente não tenho nada a dizer, mesmo porque, não é meu estilo culpar Deus por nada. Quem joga pedras para o alto não é Deus, é o próprio ser humano cabeçudo. O que fazemos, com ou esse mundo, é culpa, única e exclusivamente nossa, da mesma forma, também, as soluções devem ser de responsabilidade, nossa.
No universo podemos ter bilhões de planetas iguais ou melhores que esse ínfimo planeta terra. Responsabilizar Deus pela existência dos seres humanos, única e exclusivamente no menor dos planetas me parece tolice. Culpá-lo por todo e qualquer flagelo infligido aos seres humanos, seria tolice maior. Esse vírus deve ser oriundo da família dos vírus da gripe e que a medida que tentou sobreviver lutando contra as armas da tecnologia humana, drogas, antibióticos, etc... ele se potencializou e se transformou em CONVID’S 19, 20, ... Se isso não for verdadeiro então vamos pensar nos bilhões de planetas que caso sejam habitados, obviamente, esses seres são, extremamente, superiores aos terráqueos e possivelmente podem estar controlando-os, orientando-os coercivamente a seguirem o rumo certo da evolução espiritual. Espiritual porque, a evolução material nada tem a ver com o aperfeiçoamento do ser humano. Se os Espanhóis, os Portugueses, os Ingleses e outros fossem evoluídos espiritualmente, por certo não teriam exterminado e ou escravizado os índios. Ao contrário do que fizeram, teriam oferecido, apenas o incentivo a evolução.
Seja lá qual for o culpado pelo coronavírus, racionalmente não se pode afirmar que o Criador – Deus – a onipotência, usaria de tais artifícios para corrigir a perfeição da sua própria criação. Além de não ser concebido a ideia da perfeição usar de tais ações tão imperfeitas, seria o mesmo que admitir que o Deus perfeito criou a sua criatura humana de forma imperfeita porque não teve onipotência para criá-la perfeita, ou que, mesmo agora, também não tem esse poder para solucionar a questão do convid-19, pois do contrário, não se cortaria braços para salvar o corpo.
Então a culpa é da evolução? Provavelmente. Evolução espiritual. Se somos espíritos vivos em corpos materiais, é certo que existe o mundo espiritual. O mundo dos espíritos ou dos anjos. Lá está a resposta ou o mistério.
REFLEXÕES DO PODER: dos poderosos ou dos invisíveis?
Mas há muito que se refletir com a presença desse coronavírus no seio da humanidade. O poder e a arrogância têm gritado mais alto na luta da sobrevivência humana. Tem gerado as guerras, violências, misérias, estimulando o isolamento social e natural cada vez mais entre os seres humanos. No entanto, ... não mais que de repente ... um ser vivo, não espiritual, tão ínfimo que a gente nem consegue vê-lo a olho nú, um ser surgido do nada ou um velho vírus potencializado pela evolução científica do ser humano, bastou para que toda essa deidade humana, arrogância humana, todos esses seres “autoconsiderados” semideuses, tremessem nas bases, se recolhessem nas suas devidas insignificâncias; se ocultassem em suas fortalezas materiais, dentro de suas coroas de ouro, isolados, trêmulos e fragilizados. Longe do calor humano: sem sorrisos, sem abraços, ...
COVID-19 – Mensageiro anti-herói?
O vírus responsável pelo Covid-19 é apontado como uma variação da família coronavírus. Os primeiros foram identificados em meados da década de 1960, de acordo com o Ministério da Saúde. (Por G1 - 27/02/2020).
Esse mensageiro – anti-herói – está provando que nem todo o poderio das nações, nem todo o ouro acumulado na inércia financeira oculta dos cofres bancários, podem se transformar em uma arma poderosa que o exterminaria, sem que antes ele possa cumprir a sua missão. Vencê-lo, somente com o vencimento do seu próprio prazo de validade. Ele não veio para ficar bastante tempo. Apenas o tempo suficiente para dar o seu alerta independente de classes: social, política ou econômica. Alerta para os terráqueos, os humanos, para os semideuses, ... para nós.
O SER HUMANO É UM SER, ESSENCIALMENTE SOCIAL
“Nenhum homem é uma ilha”. Esta famosa frase do filósofo inglês Thomas Morus, ajuda-nos a compreender que a vida humana é convívio. Para o ser humano viver é conviver. https://www.pensador.com/frase/MTU2NjkzNA/
Estamos nos conscientizando do fato de que precisamos da proximidade humana. Precisamos “um-do-outro”. Que realmente o homem é, essencialmente, um ser social. Hoje, estamos tentando sobreviver isolados socialmente por imposição de um ser invisível. Pessoas que sentiam prazer no isolamento não estão mais contentes, simplesmente por vivenciar um isolamento social imperativo. Estar isolado por opção é uma coisa, mas saber que é obrigatório é outra. Pesa saber que esse isolamento é uma questão de sobrevivência, não só de si próprio, mas, talvez, de toda a humanidade.
POVO % "CEM POR CENTO" EDUCADO É POVO % "CEM POR CENTO" SEM POLÍCIA, SEM CORRUPÇÃO E SEM VIOLÊNCIA.
De esclarecer que, hoje estamos dependentes da educação e cultura do nosso povo para compreendermos e enfrentarmos essa luta de sobrevivência com responsabilidade; que estamos dependentes da ciência para que encontre a curto prazo o antídoto da nossa liberdade, da salvação da nossa vida nesse planeta. Educação e ciência são as bases fundamentais para a sobrevivência e civilização de um povo diante desse exterminador de vidas. Educação e ciência deveria ser a primazia dos investimentos públicos. Professores e cientistas deveriam ganhar mais que qualquer ser vivo, político ou não, em uma nação. Povo cem por cento educado é povo cem por cento sem polícia, sem corrupção e sem violência.
NÃO EXISTE HUMANIDADE SEM O AMOR AO PRÓXIMO.
Também parece lógico que, um ser humano único num mundo, não sobrevive. Não evolui porque não se aprende nada espiritualmente com as pedras, com as plantas, com os animais, com os insetos, com o ouro, pois só se desenvolve raciocínios com a interação humana. É inviável a existência de um ser humano sem a existência do seu próximo. A conclusão é que se cada um cuidar de si, estará cuidando do coletivo. O coletivo é que garante a vida individual. Valerá então a máxima: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Amando a ti mesmo, estarás amando e protegendo a humanidade.
Enquanto estamos isolados fechando as portas e janelas da nossa casa no intuito de cruzarmos as noites longas e escuras do inferno, devemos contar histórias para nossos filhos dormirem, para eles não desperdiçarem um tempo precioso que vai passar abarrotado de favos de sabedoria. Devemos deitar e rolar no chão com nossos filhos, no “agora”, sem o rigor do relógio, sem passado e sem futuro. Vamos descobrir e reconhecer cada pintinha escura nas peles dos nossos filhos, vamos sentir o frescor de cada cascata de seus sorrisos felizes e sinceros. Vamos vivenciar cada alegria ou cada eventual lágrima nos olhos deles e vamos limpá-la. Com certeza vamos preencher aquele vazio interior que cresce no peito dos adolescentes, cujos pais não tiveram tempo para participar de cada passo dos seus filhos porque tiveram que levantar com escuro para trabalhar e voltar para casa com o mesmo escuro. São esses os filhos que estão em vantagem na estatística dos dependentes de droga, do álcool, da violência, inclusive contra os próprios pais, como é evidente na mídia. Ao contrário, os filhos que cresceram brincando de cavalinho, seguros e confiantes no cangote dos seus pais, ou que dormiram embalados e sonhando com os heróis dos contos, das histórias, dos cordéis contados pelos pais e avós em seus quartos, esses filhos, na adolescência, terão mais sorte. Não sentirão tão carentes ao ponto de tentarem aplacar a dor do vazio com as drogas e as bebidas, não usarão de violência para chamar a atenção dos pais. Não. Para esses, antes de procederem mal, a proteção se apresentará aflorando as boas lembranças paternas. Sentirão inundados de saudades, de amor e de admiração pelos seus pais. Eu mesmo, sou um poeta e editor de livros porque ouvi uma dessas histórias de cordel contada, a luz de lamparina, pela minha avó que não sabia ler, mas que tinha boa audição para ouvir as histórias que lhes contavam no sertão da Bahia. O vazio do meu peito sempre esteve repleto de literatura, de boas lembranças, de momentos felizes com a família e de belas histórias contadas pelos meus pais.
Ah! O coronavírus!
Pois é, não há mal que não tenha o bem como sua face contrária. É a lei da dualidade de Lao Tseé.
Quando cada um dos nossos semelhantes vai embora, é um pedacinho interno do nosso passado que se transforma em uma peça de mosaico, como uma peça de um jogo de quebra cabeça.
... a campainha tocou, deixe-me olhar pela fresta da janela.

Minha lista de blogs preferidos