quarta-feira, 6 de maio de 2009

Devo levar a vida como uma formiguinha?

Rua Barão de Itapetininga, Centro, São Paulo; manhã de junho. Eu, no centro da maior cidade do Brasil. Todas as manhãs, passo por essa rua, aproximadamente às sete e meia da manhã, para o meu “petit déjeuner”, antes de chegar ao escritório, e me deparo com crianças dormindo sob uma abertura próxima a uma galeria Califórnia.
São crianças de todas as idades, raças e cores; algumas são muito bonitas; mas, de alguma forma, preferem os perigos das ruas, e dispensam a proteção dos pais (com quem o risco é maior). Outras perderam os pais. As FEBEM's, proteção do governo? Não. Melhor ficar nas ruas.
Como ficar indiferente? Como entender? Nas escolas não me ensinaram nada sobre tudo isso.
Se fôssemos formigas, tudo seria mais fácil; as formigas não precisam questionar nada, só pensam no trabalho e na perpetuação da espécie. Nada mais. Devo viver como uma formiguinha? Não tenho certeza se vivo de forma diferente de uma formiguinha. O que realmente eu faço para além de mim mesmo? O que é possível fazer? O que eu sei fazer? O que um poeta pode fazer?

* Trecho parte do prefácio do livro "Apagando as Pegadas" Contos e Crônicas de Josué G. Araujo

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