Na poesia tem Bilac’s e Leandro’s.
Também tem Ataíde’s e Ariano’s! Na arte também tem política.
Mas
na arte também tem, um ou mais, Carlos Drummond de Andrade.
Da
Política
A
política se forma pela dualidade: direita / esquerda com as suas variações
ideológicas. O objetivo explícito é o povo, mas na realidade a política é um
instrumento de uso a favor do próprio indivíduo político. Vence o menos escrupuloso.
A política visa a plenitude material, econômica, o poder.
Da
Arte
A
arte, quando oriunda de talentos genuínos, visa a alma, a humanidade. O produto
da arte são mensagens objetivando o benefício humano: A música, a literatura, a
poesia, o desenho, a pintura, a dança, o teatro... Os benefícios materiais e
econômicos resultante do exercício da arte são consequências, quando ocorrem. A
maioria dos gênios da arte morreu, pobres ou afortunadamente infelizes. Seria
castigo pela posse e uso do talento – dom – transformado em instrumento de
arrecadação financeira? A arte não deveria ser utilizada para o crescimento
espiritual dos indivíduos?
Grandes
gênios do Futebol jogaram por amor a arte, outros pararam na hora certa para se
transformar em estrelas, almejando fama e poder econômico. Os primeiros jogaram
pela alma, os outros precisam bajular a elite para estar em evidência. Serem
privilegiados pela influência política. É a política individualista usando a
arte em favor do “artista-empresário da
arte”. O verdadeiro objeto da arte é secundário.
O
Pai do Cordel
O
martírio de Leandro Gomes de Barros começou aos nove anos de idade sob o julgo
de um tio-padre de conduta questionável. Leandro morreu cedo com apenas 53 anos
de idade.
De influenza ou de
influência política?
O que dizer da influência econômica dos
parentes mais ricos que levaram toda a herança?
A influenza Clerical ou Econômica?
Depoimento
de Cristina Nóbrega: Lendro
foi meu bisavô, irmão de Daniel Gomes da Nóbrega. Portanto, Leandro era um
Nóbrega. Mudou para Barrros em decorrência de um discussão com o seu tio, o Pe.
Vicente.
Quando os irmãos do Pe. Vicente morreram, ele ficou por tutor das duas famílias, uma estava falida, e a outra tinha dinheiro. O Pe. Vicente passou, então, os bens do irmão para o outro, deixando a família de Leandro (bem como o meu bisavô Daniel) na miséria. E quando Leandro foi tomar satisfações, ele mandou dizer que "na cabaça ainda cabia orelha". Leandro, com raiva, mudou o sobrenome de Nóbrega para Barros. (26/06/2007) Trecho do site: http://www.camarabrasileira.com/cordel12.htm
Quando os irmãos do Pe. Vicente morreram, ele ficou por tutor das duas famílias, uma estava falida, e a outra tinha dinheiro. O Pe. Vicente passou, então, os bens do irmão para o outro, deixando a família de Leandro (bem como o meu bisavô Daniel) na miséria. E quando Leandro foi tomar satisfações, ele mandou dizer que "na cabaça ainda cabia orelha". Leandro, com raiva, mudou o sobrenome de Nóbrega para Barros. (26/06/2007) Trecho do site: http://www.camarabrasileira.com/cordel12.htm
[...]
”E é irmão da mãe dele,
Esse fera inconsciente,
Só odiava o Cancão
Por ser mais inteligente
E os filhos de monstro
Brutos desgraçadamente.”
”E é irmão da mãe dele,
Esse fera inconsciente,
Só odiava o Cancão
Por ser mais inteligente
E os filhos de monstro
Brutos desgraçadamente.”
Verso de Cancão de fogo de Leandro.
A influenza Social
De Leandro disse Carlos Drummond de
Andrade:
“Em 1913,
certamente mal informados, 39 escritores, num total de 173, elegeram por
maioria relativa Olavo Bilac príncipe dos poetas brasileiros. Atribuo à má
informação porque o título, a ser concebido, só poderia caber a Leandro Gomes
de Barros, nome desconhecido no Rio de Janeiro, local da eleição promovida pela
revista FON-FON, mas vastamente popular no Nordeste do país, onde suas obras
alcançaram divulgação jamais sonhada pelo autor de ‘Ouvir Estrelas’.”
http://www.confrariadovento.com/revista/numero19/aderaldo.htm
http://www.confrariadovento.com/revista/numero19/aderaldo.htm
A influenza Política
Segundo Permínio
Ásfora, teria sido preso em 1918 porque o chefe de polícia considerou afronta às autoridades alguns dos versos da obra "O Punhal
e a Palmatória", trama que tratava de um senhor de engenho assassinado por
um homem em quem teria dado uma surra. O verso desrespeitoso de "O Punhal e a
Palmatória" é:
“Nós temos cinco governos
O primeiro o federal
O segundo o do Estado
Terceiro o municipal
O quarto a palmatória
E o quinto o velho punhal”
Em abril do mesmo ano (1918) em Recife, Leandro Morreu, segundo consta, vitimado pela gripe espanhola - influenza. Política?
A
política quando usa a arte como instrumento para atingir os fins individuais,
ela seleciona o produto da arte de acordo com a sua conveniência. Os artistas
genuínos são transformados em adversários. A esses, restam os palcos a margem
do reduto, do que se oficializou como elite da arte.
Mais
de Drumond:
“Acrescentava
que Leandro “... não foi príncipe de
poetas do asfalto, mas foi, no julgamento do povo, rei da poesia do
sertão e do Brasil em estado puro”.
Disse-nos desse mesmo
Leandro, o velho e bom Câmara Cascudo:
“Um dia, quando se fizer a colheita do
folclore poético, reaparecerá o humilde Leandro Gomes de Barros, vivendo de
fazer versos, espalhando uma onda sonora de entusiasmo e de alacridade na face
triste do sertão”.
Sofremos desse
mal de memória e de preconceito.”
http://www.confrariadovento.com/revista/numero19/aderaldo.htm
Nenhum comentário:
Postar um comentário